Em tempos de Festival do Rio e, no momento em que estamos preparando algumas listas do que queremos assistir no cinema, vale sempre lembrar que existem pequenos “testes” para classificar os filmes pela representatividade das mulheres.
Isso mesmo, existem formas da gente classificar se um filme (ou até mesmo um livro) é suficientemente representativo com as mulheres, como se elas fossem pessoas com histórias a serem contadas, filmes que tenham personagens mulheres que vão além de serem meramente decorativas ou apenas de sustentar um personagem homem. Assim, a gente já define quais os filmes que valem a pena rever e já avisa pras amigas os que não valem nosso tempo ou dinheiro.
O mais famoso deles, o Teste de Bechdel, foi criado por Liz Wallace e popularizado pela cartunista Alison Bechdel. Apesar de ser muito usado como um teste para analisar a participação feminina em um filme ou série, o teste de Bechdel tem o objetivo de mostrar que existe um volume grande de produções que não mostra nem o básico-rudimentar para a construção de personagens femininas.
Para passar no Teste de Bechdel, o filme precisa:
- ter ao menos duas personagens mulheres
- essas mulheres precisam conversar entre si
- o assunto da conversa não pode ser um homem
Como muita gente sabe e já percebeu, o filme que passa no teste de Bechdel não necessariamente é um filme não-machista (muito menos um filme feminista). Inclusive, existem filmes que passam no teste e, mesmo assim, podem ser considerados misóginos. Por isso, existem outros questionamentos que você pode fazer e outro testes menos populares para classificar a representatividade feminina nos filmes.
Perguntas extras que você pode adicionar ao “seu” teste:
- As duas personagens mulheres têm nomes?
- A conversa delas (sobre um assunto que não seja um homem) dura mais de 60 segundos?
- As duas terminam o filme vivas?
A gente acha que uma boa adição para o teste de Bechdel é o teste Mako Mori. Esse teste surgiu no Tumblr durante uma discussão entre duas usuárias sobre o filme Pacific Rim. O filme falha no teste de Bechdel (com 3 personagens mulheres que não conversam entre si em nenhum momento), mas tem uma personagem asiática extremamente bem desenvolvida (a Mako Mori) – o que é uma raridade em diversas esferas. Por isso, foi sugerido pela usuária chaila que fosse feito um teste que focasse no desenvolvimento das personagens mulheres.
O teste Mako Mori “exige”:
- ter pelo menos uma personagem mulher
- com seu próprio arco narrativo
- que não existe apenas como coadjuvante ou como apoio para a história de um homem
Ainda assim, muitas mulheres não acham que essas perguntas sejam o suficiente para dizer se estamos bem representadas ou não nos filmes por aí (e a gente concorda, viu?). Por isso, surgem toda hora novos testes e novos questionamentos a serem feitos sobre a produção cinematográfica. Esses aqui são alguns dos que a gente acha mais eficientes e tenta usar na vida real.
Outros testes pra você usar e passar pras amigas:
- Teste Sexy Lamp: O filme não tem nenhuma mulher que poderia ser facilmente substituída por um abajour sexy ou qualquer outro objeto, sem que isso mexesse profundamente com a narrativa.
- Teste Anti-Freeze: O filme não possui nenhuma mulher que é agredida, machucada ou morta com o objetivo de motivar ou acrescentar algo à história de outro personagem.
- Teste Ellen Willis: Se você inverter os gêneros dos personagens a história ainda faz sentido?
- Teste de Bechdel Racial: O filme deve ter pelo menos duas pessoas não-brancas, essas pessoas devem conversar entre si sobre um assunto que não seja uma pessoa branca.
- Teste Furiosa: O filme irritou machistinhas da internet (hehe)
Prontas para descobrirem todo um outro mundo no cinema?
fontes: Sexy Lamp Test e Geek Feminism
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