Mulheres Fodonas: Melina Matsoukas, a diretora mais incrível de todas

Música é parte importante na vida de muita gente. É capaz de descrever sentimentos que, às vezes, nem nós mesmas conseguimos transparecer ou entender. Os clipes são os “olhos” das músicas, e são eles que nos permitem entender o visual por trás do que os nossos ouvidos escutam. Como na maioria das outras profissões, os homens ainda são maioria atuante como diretores desses visuais – mas hoje, nós queremos te apresentar uma mulher talentosíssima que vem quebrando muito paradigma por aí!

não, não é sobre a Bey dessa vez

Melina Matsoukas é a mulher que está por trás de muitos dos vídeos mais influentes e poderosos da cena musical. Ela dirigiu, por exemplo, “Pretty Hurts” e “Formation” da dona do mundo, também conhecida como Beyoncé, e também dirigiu “Run” do Jay Z e da Bey, que é um mini-filme em formato de clipe. Pode colocar no currículo dela o “We Found Love” de RiRi, que a fez ser a primeira diretora mulher a ganhar um Grammy.

Ela já trabalhou com mulheres como Ciara, Christina Aguilera, Kylie Minogue, Jennifer Lopez, Solange Knowles, Lady Gaga, Katy Perry e a lista continua. E como você pode imaginar pelas mulheres com quem ela já trabalhou, Melina é envolvidíssima com a quebra de barreiras e o empoderamento feminino.

Um de seus trabalhos mais recentes, foi a direção de Lemonade (vem cá ler nossas impressões sobre esse tombamento), mas ela e Bey não se desgrudam desde 2007, viu? Não sabemos exatamente quais partes do álbum-filme foram dirigidas por ela, mas desde que dirigiu “Formation”, a gente já tem mais ou menos uma ideia da estética e do seu engajamento no empoderamento negro. Recentemente, Melina assinou com a HBO para dirigir e produzir “Insecure”, uma nova comédia baseada no livro “Misadventures of an Awkward Black Girl” de Issa Rae. A gente não vê a hora de poder conferir isso tudo.

Em entrevista, Melina conta que desde pequena foi criada a favor da igualdade e que sempre quis fazer algo grande e que mudasse o mundo, mas não tinha certeza do que seria. A única certeza era sua paixão por fotografia. Quando entrou na faculdade, ela começou a socializar com os filmmakers e descobriu que era isso que a faria mudar o mundo: foi a maneira que ela encontrou de contar histórias, de ter voz e dar voz a pessoas que normalmente não tem esse espaço.

Como falamos, a profissão de Melina é majoritariamente exercida por homens e ser uma das poucas mulheres no meio, é com certeza, um peso maior e uma responsabilidade muito grande, já que sabemos que mulheres tem que se esforçar muito mais e ser duas vezes melhor que um homem para garantir seu espaço em pleno século XXI.

“Ser uma mulher no que estamos fazendo, e ser uma mulher negra, coloca muita pressão para que você entregue, para que você diga algo e faça direito. Você está, querendo ou não, pavimentando estradas e abrindo espaço para outra mulher chegar. Existem muitos olhos assistindo. Você não tem escolha, porque não têm muitas de nós. A gente tem que vencer”.

Além de sua paixão por dirigir vídeos e fotografia, Melina também é apaixonada por moda e tem um dos Instagrams (@msmelina) mais lindos e divertidos dessa internet. Ela conta que gosta de tudo em ordem cronológica para que ela possa olhar e recordar daquele dia. Gente como a gente. ♥

Ah, e você pode conferir a passagem recente dela aqui pelo Rio de Janeiro no Instagram, e vale lembrar que em 2010, ela esteve por aqui também para dirigir o clipe de “Put it In a Love Song” da Alicia Keys com Beyoncé, mas o clipe nunca saiu. Libera isso aí Mel! A gente nunca te pediu nada.

É muito bom quando a gente encontra mais e mais mulheres em quem podemos nos espelhar e inspirar. Melina, é sem dúvidas, uma daquelas que a gente queria ter por perto para uma conversa – e para umas festinhas também. A gente espera que a história dela possa despertar a vontade e dar iniciativa para que mais mulheres assumam o cargo de filmmakers nesse mundo.

Existem histórias que só mulheres podem dar voz, só mulheres são capazes de mostrar, e a gente precisa ocupar esses espaços mais e mais para que o mundo nos ouça.

Você pode conferir mais sobre a entrevista aqui.

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