Sim, eu sou daquelas que já fez o RiRiFund (aka cofrinho) pra garantir minha presença nesse prometido rolê da rainha da p*rra toda, também conhecida como Rihanna. Sentiram minha empolgação? Pois ontem, ontem ela lançou clipe novo de Needed Me e eu fiquei ainda mais lôca, pirei completamente. A primeira vez que assisti (é claro que foi mais de uma, né) já achei foda, mas confesso que as cenas de violência me assustaram um pouco. Porém, eu não julguei.
Aliás, pause aqui para uma dica: quando você consegue se desprender dessa necessidade humana de julgar o outro, você consegue focar na mensagem mais importante por trás. Assisti mais uma vez e na segunda, já liberta do impulso julgatório, amei ela dando um tiro na cara do patriarcado.Por mais que eu ouça o álbum inteiro pelo menos 1x por dia (já falei que sou fã, não falei?), eu tenho aquele inglês intermediário se viration, e por isso perco todas as gírias. Salvo por Work e Consideration (que é o meu hino pessoal) eu não fucei todas as letras – e que pena. Já em janeiro, quando o álbum Anti foi lançado, houve um movimento de discussão sobre a letra de Needed Me e como ela seria um grito de empoderamento feminino. Esse movimento começou com os fãs no twitter e rapidamente virou um post no MIC (confere aqui).
Mas só agora, com o lançamento do clipe, eu consegui entender e visualizar todo o sentimento e a vibe da música. Afinal, é para isso mesmo que servem os clipes, né?
As coisas que senti com o clipe de Needed Me, da Rihanna
De cara, fica claro que ela não precisa de um homem para ser salva (e quem precisa?). ‘Cabô príncipe no cavalo branco para salvar a donzela em apuros. Não tem donzela em apuros.
“Didn’t they tell you that I was a savage?
Fuck ya white horse and ya carriage”
Repararam que ela está segurando uma arma desde o início? Isso mostra que ela é a dona do poder, ela tem o controle da situação e essa sensação é estimulada o tempo todo pela câmera lenta, pela perspectiva meio Matrix da coisa, o tempo inteiro. E se você acha que ela estar armada é algum tipo de promoção da violência, lembra que a arma é uma questão cultural nos EUA e o direito de ter uma é protegido pela constituição – que explicita simbolicamente no clipe exatamente o que falamos aqui: o controle da sua própria segurança.
Acredito que a ideia do clipe era usar a linguagem para falar diretamente com as mulheres que precisam desse controle, as minas que convivem com a violência diariamente: nas esquinas, na tevê, em casa e até nos videogames. É a realidade de uma grande parcela das mulheres, especialmente quando falamos das mulheres dos guetos que convivem com níveis absurdos de violências e abusos e os encaram com certa normalidade.
No clipe (assim como na vida real), quanto mais poderoso o homem, mais opressor ele pode ser sobre a mulher. Quanto mais oprimida, mais insegura ela se torna. Pode ser poder político, pode ser poder físico, mas como em boa parte dos casos, o poder de opressão no clipe é o financeiro – ela chega e ele joga o dinheiro na cara dela! O storytelling (a forma de contar a história, numa tradução livre) é muito especial no vídeo e com cuidado a gente consegue entender o desenrolar da história.
ainda tem muito mamilo aparecendo e quebrando a caretice do mundo, já que ela é ativista da campanha #freethenipple e saiu do Instagram por censurarem fotos dela em que apareciam seus mamilos. Mas sem problemas, né RiRi, bota as transparências pra ferver em todos os clipes do ANTI.
Não poderia ficar mais claro que o clipe tem muito a ver com a história dela e, portanto, é parte do processo de empoderamento pessoal de RiRi. Aliás, não dá pra negar que o álbum inteiro é sobre esse processo de empoderamento. E eu surtei quando percebi isso e aí sim fui atrás de todas as letras e clipes e sugiro que você, mulher feminista empoderada, faça o mesmo e sinta essa vibe. Rainha da p*rra toda mesmo, viu.
Quais serão os próximos singles? Alguém da Navy tem informações?
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