Não sei vocês, mas para mim, quando chega dezembro, é inevitável não sentir um gostinho de verão, descanso e férias no ar. E nada combina mais com tudo isso do que um bom livro como companhia, né? Então, para te ajudar na “dura missão” que é escolher uma leitura com tanta opção bacana por aí, fiz uma listinha com alguns dos melhores títulos lançados esse ano. Sabe qual a melhor parte dessa lista? Todos os livros indicados já foram publicados aqui no Brasil – ou seja, acessíveis para todo mundo. São histórias de superação, histórias de vidas incríveis, de diferentes realidades e modos de vida.
Então, vem cá ver a lista de 7 livros para ler nas férias:
A história da moda e seus principais ícones nos anos 1990. Só com essa frase, já mostrei que o próximo livro da lista é irresistível, não é? Pois “Champagne Supernovas” (Editora Rocco, 256 pp.), escrito pela jornalista do New York Post, Maureen Callahan, conta como a criatividade, a inovação e, claro, a transgressão, foram os responsáveis por essa década gloriosa no mundo da moda. O trio formado por Kate Moss, Marc Jacobs e Alexander McQueen, é o principal foco do livro, cada um devido a uma característica que os tornaram únicos e indispensáveis para aquela época.
A Bergdorf Goodman é uma das lojas de luxo mais icônicas do mundo, e não é à toa que seu endereço na 5a Avenida vive lotado. E quando a gente fala em Bergdorf, difícil não se lembrar de Betty Halbreich, sua personal shopper mais famosa, responsável por vários dos looks que a gente a-ma-va ver e rever milhões de vezes em Sex In The City. “Um Brinde a Isso – Uma Vida Dedicada ao Estilo” (Editora Intrínseca, 304 pp.), é a sua autobiografia, escrita com a ajuda da jornalista Rebecca Paley. Betty, que começou a trabalhar na Bergdorf como vendedora, após uma fase de muita depressão e de uma tentativa de suicídio, conta como a loja não apenas salvou sua carreira, mas também sua vida – hoje, Betty tem 86 anos. Leitura deliciosa, divertida – prepare-se para ler muitos “causos” do mundo da moda – e, claro, inspiradora.
Lançado durante a Bienal do Rio desse ano, “Capitolina – O Poder das Garotas” (Editora Seguinte, 192 pp.) teve origem com a revista online do mesmo nome, criada em 2014. Um ano, muito sucesso e muito empoderamento depois – o objetivo da Capitolina é trazer temas como feminismo e relacionamentos para adolescentes – nasce o livro, que compila os melhores textos da revista ao longo desse primeiro ano, além de outros inéditos. Tudo com muita ilustração linda, de 23 artistas mulheres diferentes, que deixaram o projeto gráfico incrível!
Eu adoro ler histórias – ficções ou não – que me ajudem a entender o mundo em que vivemos. E em tempos de muito extremismo religioso e violência contra mulheres, “O Livro do Destino” (Editora Bertrand Brasil, 462 pp.), escrito pela iraniana Parinoush Saniee, se encaixa nesse quesito como nenhum outro. A personagem principal, Massoumeh, livremente inspirada na própria autora, é uma das poucas mulheres de sua geração que tem acesso à educação, e questiona o fundamentalismo religioso imposto quando o regime dos xãs tem início. Obrigada a se casar com um homem escolhido pela sua família – coisa ainda comum por lá – ela se surpreende ao descobrir que seu marido é também a favor da liberdade de expressão e um verdadeiro dissidente no que diz respeito às tradições. Acompanhamos os dois vivendo em meio ao caos da revolução de 1979 e é impossível não se identificar, sofrer e sentir junto com os dois personagens. No Irã, o livro foi censurado por duas vezes antes de conseguir ser publicado e outros livros de Parinoush aguardam na fila de aprovação do governo. Agora é torcer para eles chegarem lá e aqui!
Miranda July é uma das minhas autoras favoritas. Tem algo de muito real, quase cru em seus textos e seu trabalho como artista. Seu mais novo livro, o primeiro de ficção, se chama “O Primeiro Homem Mau” (Cia das Letras, 304 pp.) e tem leves toques da própria realidade da autora, que ela mesmo assumiu, como a paranoia e obsessão da personagem principal, Cheryl. A história vem sendo super celebrada lá fora e conseguiu um espaço na lista de melhores do ano pelo New York Times. Estranho seria se não estivesse: apesar da narrativa por vezes confusa, o livro traz reflexões necessárias e sobre aceitação, sexualidade e maternidade sem nenhum tipo de condescendência. Vale muito a leitura.
Voltando um pouco para as biografias (quem também adora?), “A Garota da Banda” (Editora Rocco, 288 pp.) é um daqueles livros tem-que-ler do ano. Nada mais, nada menos do que a autobiografia de Kim Gordon, baixista e vocalista do Sonic Youth, banda símbolo da geração da contracultura nos anos 90. Kim conta tudo, sem ressalvas, sem censura e de um modo que você não consegue largar o livro pra nada. Ela fala sobre feminismo – afinal, sendo a única garota em uma banda de rock, vocês podem ter certeza que Kim teve que lutar muito para ser respeitada – seu relacionamento com o marido, também membro da banda, Thuurston Moore e sua separação, que culminou no fim da banda, além de, é claro, sua relação com outros músicos como Kurt Cobain e Neil Young. O livro é indispensável para quem era fã da banda e de Kim, mas também incrível para quem apenas quer ler uma memória sem igual desse momento da música alternativa. Aliás, curiosidade: a última vez que a banda tocou junta foi aqui no Brasil, em 2011, durante o SWU Festival.
Para terminar, um livro tão especial que merecia até um post só para ele: “Mulheres” (Editora Sextante, 160 pp.) – Retratos de Respeito, Amor-Próprio, Direitos e Dignidade. Escrito e ilustrado pela mineira Carol Rossetti, é uma grande homenagem as mulheres do mundo e sua tão maravilhosa diversidade. Os textos que acompanham as ilustrações, trazem temas centrais na vida de toda mulher, como independência, relacionamentos, seu corpo e todas as pequenas lutas do nosso dia a dia. O principal objetivo da Carol é mostrar que não importa como você seja, quem você ame ou a sua ocupação – todas merecemos o mesmo respeito e representatividade. Olha que coisa mais linda?
E na sua lista de leitura para o fim do ano, quais livros tem? Conta pra gente?
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