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4 motivos por que festa junina (e julina também) é ato de resistência

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festa junina (e julina também) é ato de resistência

Arraiá, dançar na rua, vestir colorido. Isso significa muito, sabia?

“Não vai ter post sobre looks juninos”? A pergunta da Marcela Vasconcellos caiu por aqui e já se tornou um convite: quem, melhor do que ela, pra falar desse tema? Integrante da bateria do carioca Multibloco e com a maravilhosa média de um arraiá por semana (tem uma listinha de blocos no Rio lá no fim do post pra você ir também, viu?), ela tem sentido na pele que festa junina é muito mais do que tocar tamborim e ser sommelier de arroz doce. O que, por si, já seria lindo, claro. Mas tem bem mais.   

No lugar do post sobre looks, a Marcela nos tirou sorrisos quando mandou pro Modices uma lista de motivos por que devemos colocar a melhor roupa colorida do armário, embonitar o espírito e ir pra rua: estar em um arraiá, qualquer um, é chance de dançar colado, de comer canjica, de lembrar de como se faz bicho de seda e caracol. Atos que significam pesquisa, entendimento e divulgação da cultura brasileira enquanto ela acontece (ali, bem na nossa própria vida). Em tempos esquisitos como os de agora, especialmente, festa é ato de resistência:

festa junina (e julina também) é ato de resistência
foto Multibloco

cultura brasileira pra todos os lados

Caipira, interiorana… A homenagem do Multi nessa temporada foi pro Boi do Maranhão. Quando que eu aprendi sobre isso aprendi na escola? Pois é, nunca. Músicas lindas que exaltam uma vida e um lugar que jamais imaginei existir dessa forma. Além das cores (lindas!), do ritmo e dos personagens das apresentações, quem garante presença nessas festas é a esperança de uma vida melhor. E não é só o Multi: o Terreirada Cearense, o Agitoê e mais um monte de blocos do Rio mostram que têm conteúdo e brasilidade fervendo nas veias.

o novo exaltando o velho

É lindo demais ver gente de vinte e poucos cantando Gonzagão a plenos pulmões, de bracinho pro alto. Amelinha, Marinês, Elba, Jackson do Pandeiro, Fagner e Dominguinhos, todos devidamente homenageados, sem adaptações, sem remix. Pessoal gosta de xote, de baião, de dançar colado. Devagarzinho, longe da pressa da vida moderna, de olhinho fechado e sem lembrar do relógio.

festa junina (e julina também) é ato de resistência
foto Multibloco

vestir-se de muita cor

Não precisa de camisa xadrez e bota. Foi só tirar minhas saias mais coloridas do armário, encher o cabelo de flor e sair feliz da vida. Nos arraiás, o pessoal vai de chita, laço de fita, estampas coloridas, gigantes, berrantes e descombinantes. Tem padre, tem noiva, tem índio e cangaceiro. E glitter, muito glitter, que ninguém é de ferro. Brasil né, mores?

provas de cidadania

No arraiá do Vem cá, minha flor, alguém esqueceu o celular num canto. Foi devidamente devolvido depois de anúncio no microfone. No evento anterior, um menino teve a bicicleta furtada e o pessoal juntou dinheiro e comprou uma nova. É preocupação com geração de lixo, ritmista se juntando pra tocar em asilo, baterias inteiras fazendo eventos pra ajudar a arrecadar fundos pra instituições de caridade. É amor pulsando na marcação do grave da zabumba.

festa junina (e julina também) é ato de resistência
foto Multibloco

Deu vontade de ir também, né? A Marcela fez uma listinha de festas que tão rolando no Rio:

15 de julho, sábado:

Arraiá da La Cumbia, na Praça Tiradentes

Arraiá de Todos os Santos 2017, na Praça Paris

16 de julho, domingo:

Arraiar do Carimbloco, na Praça Tiradentes

22 de julho, sábado:

Arraawwiá da Onça!, na Rua da Gamboa

 

Tem outras sugestões no Rio? Ou em outras cidades? Comenta aí pra todo mundo saber <3

 

Mais sobre a Marcela Vasconcellos, que nos levou pra dançar em torno da fogueira:

Fala alto, organizada demais, formada em fisioterapia, trabalha com Comex, descobrindo talento pra administrar. Sempre leu muito, acha que acumulou palavras demais na cabeça (tenta fazer um tweet e sai textão). Transtorno de ansiedade, yoga, corrida, joelho ruim, toca o terror e o tamborim também.

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